segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aniversário

   Aniversários são, com toda certeza, uma data estranha, uma data para se lemrar....
Mas, porquê lembrar-se o dia todo?
Talvez porque seja alguém especial....
Mas, se é alguém especial, por quê sumiu?
Dirá, como só eu bem conheço, que tenho eu a culpa
Assumo, tavez tenha sim, a minha parcela de culpa....
Mas, mesmo assim, lembrei-me mais do que comumente.
Então, fica a pergunta, foi minha a culpa?

Reflite

domingo, 7 de agosto de 2011

Glee na Globo e o que nós temos a ver com isso Part I

   A sacrossanta Rede Globo de Televisão, como ótima subsidiária, leia-se paga pau, da FOX no Brasil, começou a transmitir há algumas semanas a série Glee, nacionalmente aclamada nos Estados Unidos e, pelos telespectadores de outros países que possuem o grande privilégio da TV a cabo.

  Tudo bem, obviamente, como é uma série de sucesso mundial, e muitos fãs no Brasil perderam a primeira temporada, a sub-dona do país, fez as honras de trazer a série, mesmo que dublada, ao país. Ótimo.
Não fosse por um ponto...
Na primeira temporada, a série era apenas um piloto, e por isto mesmo nem todas as idéias de Ryan Murphy, diretor e Midas dos fãs da série, poderiam ser devidamente utilizadas naquele momento.
Somente por isso será extremamente fácil à Globo transmitir a 1ª temporada.
Já a 2ª...

   Glee é uma série que, brinda aos diversos, e só por isso já é estranho eu fazer um post sobre a série logo depois do post anterior.

   É a Rede Globo de Televisão mais uma vez "tentando" ser inclusiva e, dizendo aos idiotas telespectadores brasileiros: "Olhem na nossa grade cabem da negra gorda ao cadeirante, passando pela loira burra e pelo fortão babaca e também burro." Sim, porque todos esses tipos existem em Glee. Ótima oportunidade da Globo mais uma vez lançar suas garrinhas sobre o povo brasileiro.Triste.

   Minha dúvida reside essencialmente na 2ª temporada, pois nela ocorre algumas coisas no mínimo escabrosas para se passar na grade global, ainda mais aos sábados pela manhã. Só para citar o menor dos casos da 2ª temporada, nela ocorre o primeiro beijo gay da TV norte-americana, e por consequência, mundial. Não é necessariamente um beijo com todas as línguas e saliva necessárias, mas um selinho rápido entre dois homens assumidamente homossexuais, dentro e fora da série.

    Duvido se na 2ª temporada eles não passam a série para após o Altas Horas, isso se não a cortarem da grade já que, segundo ouvi, a audiência tá mais baixa do que a da Xuxa.

   Entretanto, ainda é bom para as minorias saberem que há, nem que seja minimamente, uma representação para as mesmas, no maior canal aberto do país.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Simplória auto proclamação

O texto abaixo é de minha autoria, e foi publicado, na íntegra felizmente, mês passado no Boletim, extremamente institucional, da Universidade em que trabalho.
  Me deixou extremamente orgulhoso, me deu esperanças, e, em suma, foi um simplório debafo.
Segue a cópia:



A UNI(DI)VERSIDADE é possível?

*O Mensageiro
Há algumas semanas, o Supremo Tribunal Federal (STF), mais uma vez intervindo em questões teoricamente básicas à manutenção da República brasileira, constitucionalizou por unanimidade a união civil entre indivíduos do mesmo sexo. Sem dúvida, um ato que provocará grandes mudanças na sociedade brasileira e, naturalmente, na comunidade universitária, que nada mais é que um reflexo da sociedade civil, mesmo que muito raso.
Como deficiente físico e parte de uma minoria também constantemente escondida pela sociedade, me peguei pensando em como a Universidade irá encarar essa e outras mudanças. Pois, obviamente, virão outras após. Estaria a Universidade preparada para a diversidade que ela deveria, pelo menos no papel, abarcar? Sendo um reflexo, em teoria, mais “instruído” da sociedade civil brasileira, deveria abarcar a referida diversidade o mais imediatamente possível. Mas, infelizmente, assim como na sociedade brasileira dita “comum”, a Universidade ainda demorará bastante até conseguir aceitar de maneira unânime essas minorias.
Sou alguém que, quando anda pelo campus, tem de prestar extrema atenção para não tropeçar em calçadas com paralelepípedos altos e que, quando desce escadas campus afora, fica desesperado pela falta de corrimãos. Além de tudo, ouvi, certa vez, da então chefia imediata, que, sou “servidor cotista” e que a Instituição não está preparada para lidar com pessoas como eu. Analisando além da questão sexual das minorias e chegando às minorias em geral, e especificamente àquela em que me incluo, percebe-se claramente que a Universidade, por mais estranho que pareça, está anos-luz distante do que poderíamos chamar de “perfeição europeia” na acessibilidade a deficientes físicos.
E isso, no tocante a uma coisa que é aceita pela sociedade brasileira e mundial. Imaginem então quanto falta à universidade para alcançar alguma coisa próxima à perfeição europeia em atendimento a deficientes no que diz respeito à homoafetividade, que, em diversos lugares do mundo, ainda é vista como “sem-vergonhice”, “falta de pancada” e mesmo crime (Uganda discute a criminalização, não da homofobia como nós aqui, mas da homoafetividade).
Para ser um lugar de diversos, temos de ter um terreno adequado em todos os níveis – social, físico e também psicológico. É um exercício diário. Que muitos membros da comunidade brasileira e da universitária, infelizmente, esquecem – ou, na pior das hipóteses, não querem praticar
Atos homofóbicos como o ocorrido na recente calourada da Faculdade de Letras e a já esquecida agressão a um aluno da Escola de Belas-Artes em 2009 por um colega dele, e mesmo alguns ditos “pacíficos” trotes que sempre ocorrem a olhos vistos, inclusive pela comunidade externa, demonstram novamente o quanto a academia, centro do conhecimento e do saber, está longe de atingir a sua sonhada, ou não, diversidade. Ao mesmo tempo, vale a pena dizer aqui que a comunidade discente, pelo menos de forma aparente, demonstra bastante interesse em diversificar de maneira radical a Universidade, e isso é bom. Mas é preciso questionar se mais uma vez não estaríamos retroagindo, tendo em vista que, enquanto pensamos no que fazer com a diversidade dentro da Universidade, a sociedade brasileira e mundial continua andando a passos bem largos. Quando os discentes de hoje tornarem-se docentes, talvez essa discussão já seja parte de um passado negro que preferimos não lembrar.
É triste – e não é a primeira vez –, mas infelizmente a comunidade externa, por mais absurdo que possa parecer, está “pensando” mais uma vez muito mais rapidamente que a “Academia”. Isto é um grande paradoxo, afinal de contas não é a dita “comunidade externa” que deve incutir comportamentos na Universidade, mas o contrário.
Enquanto não formos capazes de lidar internamente com uma questão tão básica quanto a diversidade, não poderemos nos julgar tão dignos de transmitir conhecimento, pensamento ou qualquer outra forma de saber que geramos dentro do nosso lindo mundinho florido chamado Universidade.
É hora de pensarmos em políticas inclusivas muito além dos padrões. Muito além de cotas no concurso vestibular, a ideia de “além dos padrões” deve se estender ao exterior, ao campus como um todo, aos corpos docente, discente e técnico-administrativo, e se tornar não uma coisa “diferenciada”, mas normal. Um centro de excelência em ensino, pesquisa e extensão precisa se lembrar constantemente que também deve ser um lugar de diversos. Muito além de credos, cores, sexos ou mobilidades distintos.
Mas para ser um lugar de diversos, temos de ter um terreno adequado em todos os níveis – social, físico e também psicológico. É um exercício diário. Que muitos membros da comunidade brasileira e da universitária, que é um reflexo da primeira, infelizmente, esquecem – ou, na pior das hipóteses, não querem praticar.


*Continha-se o meu nome original ali, extraído por motivos óbvios...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

585 - Aquecimento global, explicações...

Para algumas pessoas entenderem que, eu não levo o mundo tão a sério....:


585 - Aquecimento global, explicações...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Realengo

   re.a.len.go
adj (real2+engo) 1 Real, régio. 2 Digno de rei. 3 Reg (Rio Grande do Sul) Sem dono; público, teatino. Ao realengo, Reg (Nordeste): abandonado; em desordem; às moscas.*

   Em sua criação, o bairro do Realengo na zona Oeste do Rio de Janeiro, foi batizado com esse nome exatamente pela distância  da área central da cidade, e consequentemente, do Poder. Era um bairro cujo governo cedia a negros recém alforriados e a quem quisesse cultivar alimentos e gado em geral.
  Literalmente como  em seu terceiro significado, gíria nordestina e do Rio Grande do Sul, era um lugar abandonado pelo poder público.
  Parece, após o dia de ontem que, após 202 anos, continua assim. Um lugar de excluídos, inclusive "brasileirinhos" excluídos. O poder público continua "nem aí" para a região às margens....
Esse foi o motivo de tamanha barbárie, o descaso do poder público com quem vive à margem.
   Se o descaso não fosse tão grande, o ex aluno teria conseguido um bom emprego e, talvez jamais voltasse à escola, onde massacrou milhares de famílias para todo o sempre. Soluções? São simples....
   Mas, o resultado imediato é mais importante, ele me garantirá votos nas eleições municipais do ano que vem. Educação? Ná, se eu fizer isso hoje, quando  o meu trabalho gerar frutos já será outro que estará no meu lugar e colherá os louros pelo MEU trabalho, enquanto eu serei lembrado como O CARA que não fez nada.
Damos pão e circo então, que é mais barato, e gera votos, muitos votos.



*Retirado do dicionário digital UOL Michaelis

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Perdas, de verdade...

    Essa semana sofri duas duras perdas, a primeira, mais pessoal, foi do meu chefe imediato, o jamais Doutor, mas sempre professor de jornalismo, Elton Antunes, com sua emblemática frase: "Doutor é quem atende no SUS", cativa o mais sisudo dos TAE's e, mesmo outros docentes, desses menos pombados. Alguém que não mede esforços pelo bem comum da universidade, gostava de dizer: "Não culpe a faculdade por um problema da universidade" ou vice versa. Assim que assumiu como coordenador de curso não solicitou redução de encargos e nem parou de orientar pesquisas.
   Asustava-me a velocidade com que capta as mensagens seja para coisas práticas como complexas. Era homem de poucas palavras, entretanto, serviu como guia para mim, quando percebi que ele sabe o que faz, jamais pisa em ovos. Comunicador de 1ª, doutor em Comunicação Social, não possui celular, alega que estudou comunicação a vida inteira, para concluir que estar incomunicável quando possível, e se possível, é a melhor coisa.
  Ao tomar cuidado, com sua sutileza na utilização das palavras e da própria voz, alertava-me, de quando em vez, dos riscos impertinentes que vira e mexe, assumo publicamente aqui, gosto de correr.
   Por tudo isso, e outras coisas de simplicidade ímpar, Elton Antunes vai deixar saudades no Colegiado do curso e, principalmente na minha pessoa.

                                                                     *************

   A outra grande perda da semana não é somente minha, mas, de todo o Brasil e, principalmente de Minas Gerais. As bandeiras de todas as repartições públicas, de todas as esferas e de todos os poderes aqui da capital de Minas, estão a meio mastro, tanto porque a presidenta decretou luto oficial de 7 dias, honraria concedida somente a Chefes de estado quando falecem, e o nosso mineirinho aqui citado, nunca foi, e nem gostaria de ter sido.
  José Alencar Gomes da Silva, mineiro de Muriaé, saiu de sua cidade aos 17 anos para trabalhar, e nunca mais voltou. Pediu a seu pai para emancipá-lo aos 18, na época a maioridade brasileira era concedida aos 21, e, pediu o equivalente hoje a 18.000 reais emprestados ao irmão mais velho e montou uma loja em uma cidade distante um pouco, o nome da loja? "A Queimadeira" primeira do conglomerado de lojas da COTEMINAS maior conglomerado de indústria têxtil do país. Nunca deixou de contratar e remunerar, em dia, seus funcionários. Constantemente reclamando da abusiva taxa de juros paga pelos brasileiros, entrou na política ao se tornar presidente da Junta industrial de Minas Gerais e dela não mais saiu.
  Foi senador duas vezes pelo estado das Minas Gerais e, candidatou-se ao governo do estado na malfadada eleição do mensaleiro Eduardo Azeredo.
  Em 2000, numa festa de comemoração pelos 50 anos de vida empresarial no Palácio das Artes em Belo Horizonte, convidou os presidentes de todos os partidos, direita, centro e esquerda, qual não foi sua surpresa ao constatar que o então presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, estava ali?
  Após o jantar, o mesmo Lula solicitou uma conversa particular com o Zé, o nosso Zé, e então formou-se ali a alinça que a partir de 2002 até 2010 modificaria a vida de todos os brasileiros, direta ou indiretamente.
  Durante 17 anos José Alencar lutou contra um cancêr no intestino que infelizmente o levou embora a terras distantes no último dia 29 de março. Lutou incansavelmente, o que fe-lô tornar-se modelo de luta para milhares de pessoas.
   Para mim particularmente o José foi exemplo, de empresário principalmente, político e, indivíduo perseverante como só ele foi. Conto-lhes abaixo, um caso em particular, que vai me deixar saudades sempre, e me fazer lembrar do quanto este homem é sábio e mereceu chegar aonde chegou e, mais ainda, aonde está hoje.
   Durante a campanha presidencial de 2010, mais especificamente no dia 16 de outubro deste ano, um sábado, voltava eu para casa após a aula de italiano quando vejo um furdunço pela principal avenida da cidade, a Afonso Pena, milhares de carros, fazendo buzinaço e com bandeiras de "Dilma Presidente" tento passar pela praça 7, caminho mais próximo para chegar em casa, mas, a situação na mesma estava impraticável, milhares de pessoas com bandeiras, camisas e ventarolas, alguns gritando: "Vote na 1ª mulher presidente mineira, não vote em paulista!!!"
  Decidi tentar, pelo menos, chegar até o palanque. Foi uma situação no mínimo complicada, milhares de pessoas me expremendo, gritando: "Lula!" "Dilma!" e, eu c   m         a       o  entre elas, e, a cada parada
                                                                                         a    b    le  n
                                                                                                  a        d
julgada estratégica, tirava fotos pelo celular.
   Por fim, quando quase me a proximava do palanque, vi Lula e Dilma, subirem mais ainda e, me desesperei, comecei a esbarrar mesmo sem querer, quem estivesse à frente. Até porque uma senhora havia me pedido para entregar uma carta ao Lula, ao Lula mesmo não consegui, mas, entreguei-a ao Márcio Lacerda "dignissímo" prefeito da capital mineira, mas, infelizmente duvido que o mesmo tenha sequer lembrado de rapassar a carta ao Lula, vi-o colocá-la no bolso.
   Então, ficou apenas o saudoso Zé, na parte de baixo do palanque porque obviamente não conseguiria subir até a parte mais alta.
   Cheguei até ele, ele segurou a minha mão, ficou olhando para mim, e eu sem reação, meu olhos marejaram e eu consegui dizer:
"Zé eu só queria agradecer..."
"Agradecer por o quê meu filho?" após aparentes 15 segundos:
"Porque, eu consegui um emprego, eu, eu trabalho pra vocês"
"Aonde você trabalha?" E o povo começa a vaiar porque ele não solta minha mão.
"Na UFMG" E ele, pra terminar:
"Você não trabalha para a gente, você trabalha com a gente para o povo brasileiro"
Meus olhos se arregalam, as lágrimas se arrebentam, e eu, largando a mão dele respondo:
"Eu rezo pelo senhor, todos os dias!" Ele diz, de longe:
"Obrigado"
 E eu saio chorando.....

Por tudo isso, José Alencar vai ficar na minha memória, como o empresário que mudou o conceito de marketing político no Brasil, quiçá no mundo....

segunda-feira, 28 de março de 2011

O calendário aqui do lado e o dia de amanhã II

   A reportagem de capa da revista The Economist da semana passada, trazia a seguinte pergunta na sua manchete: "Como alimentar 9 bilhões de seres humanos?". Fez lembrar-me de minha postagem, que causou algumas críticas de leitores que alegaram que eu não possuia dados estatísticos para dissertar acerca de tão "complexo" assunto, portanto, não poderia provar o que dizia, que, infelizmente era a mesma coisa da referida reportagem acima.
  A primeira parte da matéria gira  em torno justamente do dito no meu post, hoje já falta comida, mas, eles se perguntam como vai estar a situação daqui a 40 anos, quando, caso a população terráquea continue crescendo como hoje, chegará a 9 bilhões. Preocupante...
   Mas, a primeira parte, que é o foco aqui, diz o que eu, por interveniência divina se quiserem, já sabia.
Faltará comida esse ano, e não, como disseram os críticos, não será somente por causa de dinheiro.  obviamente, dinheiro é essencial para compra de comida sim, mas, falta também, segundo a própria reportagem, e meus próprios conhecimentos por falta de investimento e espaço. O Brasil, que é de acordo com a reportagem o 2° maior produtor de soja do mundo, precisaria triplicar sua produção para alimentar sua população inteira. E não há investiento, como disse anteriormente....
  Em suma, esse post é somente para "atestar" o post anterior com os dados de uma revista internacionalmente conceituada....
  Espero ter, dessa vez pelo menos, causado um pouco mais de credibilidade na primeira vez que digo, como foi um dia

    Sei que, provavelmente, esse post não terá nem comentários, ou mesmo não será lido, mas, espero que dessa vez consiga mostrar que, os "fatos" infelizmente não estão aqui, mas alguém tem de trazês-los.

sábado, 19 de março de 2011

A universidade que temos, e a universidade que queremos

    Esse é o slogan do SindIFES, Sindicato das Instituições Federais de Ensino Superior de Belo Horizonte e região. Ontem, almoçei no bandeijão, após uma longa manhã  fazendo a matrícula de 10 calouros do curso de Comunicação Social, que só foram chamados por causa do ENEM, nunca antes na história do curso foram chamados tantos excedentes.
   Devido ao perfil dos calouros atendidos, e ao que observei no bandeijão pensei nesta máxima longamente ontem. É fato que os programas sociais do governo Lula junto às Universidades Federais melhorou-as fantasticamente, e isso é a universidade que queremos. Observei isto pelo perfil dos alunos atendidos ao fazer suas matrículas. Principalmente porque haviam alguns alunos da noite no atendimento, e esses são diferentes, são gente como a gente, literalmente. Percebe-se isso em 5 minutos de conversa.
  Mas, ao almoçar no bandeijão, ainda percebe-se que há muito o que se caminhar. O bandeijão é praticamente uma avenida Paulista da universidade, todos os credos se juntam ali, branco, negro, pobre e rico. E principalmente pobre e rico, a comida é barata, aluno não carente paga R$2,85, aluno carente, R$0,90 centavos. E isso atrai todos para ali, fazendo perceber-se mais claramente ainda, o vão que separa a universidade que queremos da que temos.
   Ao meu lado, sentou-se uma aluna carente, com sua caixa de isopor a tiracolo, nessa caixa não perguntei pois sabia o que havia ali, docinhos para vender. Ela depende daquilo para comer no bandeijão, todos os dias... A mãe, vive na cama, doente, o pai, nunca soube se  vive. Mas, ela é universitária, não perguntei de qual curso, e crê nisso para mudar sua vida. Pensei então numa prima minha, aprovada em 2° lugar no curso de farmácia nesse ano. Ganhou um carro por causa da aprovação, e uma viagem de um mês com o namorado, bancada pelos pais dos dois, para Orlando.
   Em suma, quanta diferença entre 2 alunas da mesma instituição. Isso me entristece, mas, pelo menos, penso no quanto é importante o meu trabalho no meio disso tudo. Pergunto-me o que mais posso fazer para ajudar a melhorar esse quadro cada vez mais, a integração entre os dois viés de alunos do meu curso, tende a melhorar, mas, o referido fosso ainda é perceptível, e é com ele que devemos acabar.
   E você leitor, o que tem feito nesse sentido?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A taça das bolinhas e o que ela esconde de podre

    Começou com o Corinthians, e só por isso já deveria ser ruim, dizendo que iria negociar por conta própria a concessão de imagens de seus jogos com as emissoras de televisão. Não sou contra isso, acho a idéia (ideia é esquisito) louvável, um time, qualquer que seja, tem que ter muito peito, ou costas muito quentes-Que é o caso aqui- para fazer isso.  Algum tempo depois, os 4 grandes clubes cariocas aderiram à idéia(Ainda não é 2013). E ai a história fica esquisita mesmo.
    Pergunta-se: Por quê cargas d'água um pensamento tão esdrúxulo, já que pelos longos anos de lutas sindicais a raça humana aprendeu que a união faz a força, ganhou tanto peso em tão pouco tempo?
    A resposta se resume a: Rede Globo de Telecomunicações. Simples como resolver uma equação do 2º grau.
  Caso é que após decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica(CADE) autarquia do Ministério da Justiça exigindo o fim do "Direito de preferência" da Globo, concedido pela CBF, para assim garantir-se uma concorrência justa no "licenciamento de direitos para as temporadas futuras", o Clube dos 13 lançou um edital de licitação para os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro sem a cláusula que concede exclusividade à Globo,

   Basicamente passar a utilizar-se do princípio da impessoalidade das licitações de órgãos públicos, para a supracitada licitação. Tendo em vista que o CADE é uma autarquia do Governo Federal, provavelmente se baseou nele mesmo pra decretar tal lei mais do que justa. A Globo, antes da referida decisão possuía amplos poderes para inclusive mexer com a receita repassada aos clubes, que não por acaso na maioria das vezes vinha dela mesma, pois a maior parte desta receita vem de propagandas de horários de jogos, que majoritariamente, principalmente grandes clássicos, eram pela Globo transmitidos. A forma correta seria a emissora repassar o dinheiro a um banco predefinido entre os clubes e as emissoras e o banco, repassar o montante devido aos times A, B ou C repartidariamente.de acordo com uma proporcionalidade baseada no número de torcedores do referido clube.
  Entretanto, com a Toda Poderosa Rede Globo não funciona(va) muito bem assim, ela não repassa(va) o dinheiro das propagandas dos horários dos jogos a nenhum banco, mas, sim diretamente ao clube que viesse pedi-la dinheiro, funcionando como uma espécie de financeira dos times de futebol brasileiros. Principalmente os cariocas que estão, literalmente com a corda no pescoço de tanto devê-la. Sim, pois o dinheiro não era(é) repassado de acordo com a proporcionalidade de torcedores/audiência como dever(ia) ser feito mas, qualquer clube pode solicitar o tanto que quiser, mediante uma cota máxima, essa sim baseada no número de torcedores, por mês. Desde que a pagasse com juros e correção monetária depois. Uma verdadeira financeira das bolinhas, ou da própria bola.
  Quais vocês acham que são os clubes que mais tiram dinheiro nessa palhaçada toda? Não há dúvidas, Flamengo e Corinthians, justamente os clubes que iniciaram a revolta toda, as maiores torcidas afinal, e mesmo no outro modelo seriam eles, mas, caso é que no modelo global esses conseguem muito mais dinheiro e mesmo os que pegam menos, acabam pegando bem mais do que lhes é devidamente legal. Pois o dinheiro todo vira um bolo só.
  Visando a retirar da mídia ou de si mesma, tais assuntos, já que envolvem a própria pele, a Globo conseguiu junto à CBF, a outra gangrena do futebol brasileiro, o reconhecimento do Hexacampeonato mais do que contraverso do flamengo.
   No ar mesmo, fica a pergunta de quem será a taça das bolinhas depois desse caso todo?
   Pobre povo brasileiro...

sábado, 8 de janeiro de 2011

O calendário aqui ao lado e o dia de amanhã

    Thomas Malthus estava certo, 2011 será o ano em que teremos de por os pés nos freios no assunto subsistência... É fato, vai faltar comida! A fatídica, e até então, ilusória previsão de Malthus sobre o crescimento da produção de alimento versus o crescimento populacional deve muito provavelmente, acontecer no ano que antecede o fatídico início do fim do mundo, de acordo com o calendário aqui ao lado, ou pode até ser o fim do fim do mundo mesmo, vai saber...
   
    Caso é que alimento de verdade já falta no mundo, para alguma grande parcela da população deste, há um bom tempo. mas, em 2011 em especial, a situação deve piorar infelizmente.

    O número de trabalhadores do campo versus o número de habitantes das cidades, pela primeira vez, desde que o homem se auto documenta é inferior, e há registros dessa documentação desde o Egito antigo, e um pouco depois, época em que o homem vivia basicamente da auto subsistência.

    A cabeça humana foi se alterando, vieram a I e a II Revoluções Industriais e, achamos melhor vivermos nas cidades, o "campo" da efervecência e do Capitalismo Selvagem. A Selva de Pedra. Hoje, em pleno início da segunda década do século 21, pagaremos o preço por essa decisão. Não sei julgá-la, se insensata ou não. E, nem estou aqui pra isso.

   Sei que a raça humana caminha constantemente para sua evolução, é a lógica contida na Doutrina que sigo, e os meus próprios conhecimentos que me atestam isso, mas me pergunto, ao observar o calendário aqui ao lado e valendo-me do benefício de que nunca é tarde para se começar, se não devíamos repensar a idéia(Não consigo mudar essa palavra, e Portugal não assinará esse Acordo mesmo.Se o país pai da língua não a muda pq raios eu mudarei? Ousadia demais...)de nos subsistirmos novamente... Alguém se habilita?

   Sinceramente, por mais que esteja dando-nos esse sermão, sou um dos menos propensos, tenho uma coisa com cidades, me sinto bem nelas, em algumas me sufoco, mas, campo para mim, definitivamente, só passeio.