sexta-feira, 29 de abril de 2011

585 - Aquecimento global, explicações...

Para algumas pessoas entenderem que, eu não levo o mundo tão a sério....:


585 - Aquecimento global, explicações...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Realengo

   re.a.len.go
adj (real2+engo) 1 Real, régio. 2 Digno de rei. 3 Reg (Rio Grande do Sul) Sem dono; público, teatino. Ao realengo, Reg (Nordeste): abandonado; em desordem; às moscas.*

   Em sua criação, o bairro do Realengo na zona Oeste do Rio de Janeiro, foi batizado com esse nome exatamente pela distância  da área central da cidade, e consequentemente, do Poder. Era um bairro cujo governo cedia a negros recém alforriados e a quem quisesse cultivar alimentos e gado em geral.
  Literalmente como  em seu terceiro significado, gíria nordestina e do Rio Grande do Sul, era um lugar abandonado pelo poder público.
  Parece, após o dia de ontem que, após 202 anos, continua assim. Um lugar de excluídos, inclusive "brasileirinhos" excluídos. O poder público continua "nem aí" para a região às margens....
Esse foi o motivo de tamanha barbárie, o descaso do poder público com quem vive à margem.
   Se o descaso não fosse tão grande, o ex aluno teria conseguido um bom emprego e, talvez jamais voltasse à escola, onde massacrou milhares de famílias para todo o sempre. Soluções? São simples....
   Mas, o resultado imediato é mais importante, ele me garantirá votos nas eleições municipais do ano que vem. Educação? Ná, se eu fizer isso hoje, quando  o meu trabalho gerar frutos já será outro que estará no meu lugar e colherá os louros pelo MEU trabalho, enquanto eu serei lembrado como O CARA que não fez nada.
Damos pão e circo então, que é mais barato, e gera votos, muitos votos.



*Retirado do dicionário digital UOL Michaelis

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Perdas, de verdade...

    Essa semana sofri duas duras perdas, a primeira, mais pessoal, foi do meu chefe imediato, o jamais Doutor, mas sempre professor de jornalismo, Elton Antunes, com sua emblemática frase: "Doutor é quem atende no SUS", cativa o mais sisudo dos TAE's e, mesmo outros docentes, desses menos pombados. Alguém que não mede esforços pelo bem comum da universidade, gostava de dizer: "Não culpe a faculdade por um problema da universidade" ou vice versa. Assim que assumiu como coordenador de curso não solicitou redução de encargos e nem parou de orientar pesquisas.
   Asustava-me a velocidade com que capta as mensagens seja para coisas práticas como complexas. Era homem de poucas palavras, entretanto, serviu como guia para mim, quando percebi que ele sabe o que faz, jamais pisa em ovos. Comunicador de 1ª, doutor em Comunicação Social, não possui celular, alega que estudou comunicação a vida inteira, para concluir que estar incomunicável quando possível, e se possível, é a melhor coisa.
  Ao tomar cuidado, com sua sutileza na utilização das palavras e da própria voz, alertava-me, de quando em vez, dos riscos impertinentes que vira e mexe, assumo publicamente aqui, gosto de correr.
   Por tudo isso, e outras coisas de simplicidade ímpar, Elton Antunes vai deixar saudades no Colegiado do curso e, principalmente na minha pessoa.

                                                                     *************

   A outra grande perda da semana não é somente minha, mas, de todo o Brasil e, principalmente de Minas Gerais. As bandeiras de todas as repartições públicas, de todas as esferas e de todos os poderes aqui da capital de Minas, estão a meio mastro, tanto porque a presidenta decretou luto oficial de 7 dias, honraria concedida somente a Chefes de estado quando falecem, e o nosso mineirinho aqui citado, nunca foi, e nem gostaria de ter sido.
  José Alencar Gomes da Silva, mineiro de Muriaé, saiu de sua cidade aos 17 anos para trabalhar, e nunca mais voltou. Pediu a seu pai para emancipá-lo aos 18, na época a maioridade brasileira era concedida aos 21, e, pediu o equivalente hoje a 18.000 reais emprestados ao irmão mais velho e montou uma loja em uma cidade distante um pouco, o nome da loja? "A Queimadeira" primeira do conglomerado de lojas da COTEMINAS maior conglomerado de indústria têxtil do país. Nunca deixou de contratar e remunerar, em dia, seus funcionários. Constantemente reclamando da abusiva taxa de juros paga pelos brasileiros, entrou na política ao se tornar presidente da Junta industrial de Minas Gerais e dela não mais saiu.
  Foi senador duas vezes pelo estado das Minas Gerais e, candidatou-se ao governo do estado na malfadada eleição do mensaleiro Eduardo Azeredo.
  Em 2000, numa festa de comemoração pelos 50 anos de vida empresarial no Palácio das Artes em Belo Horizonte, convidou os presidentes de todos os partidos, direita, centro e esquerda, qual não foi sua surpresa ao constatar que o então presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, estava ali?
  Após o jantar, o mesmo Lula solicitou uma conversa particular com o Zé, o nosso Zé, e então formou-se ali a alinça que a partir de 2002 até 2010 modificaria a vida de todos os brasileiros, direta ou indiretamente.
  Durante 17 anos José Alencar lutou contra um cancêr no intestino que infelizmente o levou embora a terras distantes no último dia 29 de março. Lutou incansavelmente, o que fe-lô tornar-se modelo de luta para milhares de pessoas.
   Para mim particularmente o José foi exemplo, de empresário principalmente, político e, indivíduo perseverante como só ele foi. Conto-lhes abaixo, um caso em particular, que vai me deixar saudades sempre, e me fazer lembrar do quanto este homem é sábio e mereceu chegar aonde chegou e, mais ainda, aonde está hoje.
   Durante a campanha presidencial de 2010, mais especificamente no dia 16 de outubro deste ano, um sábado, voltava eu para casa após a aula de italiano quando vejo um furdunço pela principal avenida da cidade, a Afonso Pena, milhares de carros, fazendo buzinaço e com bandeiras de "Dilma Presidente" tento passar pela praça 7, caminho mais próximo para chegar em casa, mas, a situação na mesma estava impraticável, milhares de pessoas com bandeiras, camisas e ventarolas, alguns gritando: "Vote na 1ª mulher presidente mineira, não vote em paulista!!!"
  Decidi tentar, pelo menos, chegar até o palanque. Foi uma situação no mínimo complicada, milhares de pessoas me expremendo, gritando: "Lula!" "Dilma!" e, eu c   m         a       o  entre elas, e, a cada parada
                                                                                         a    b    le  n
                                                                                                  a        d
julgada estratégica, tirava fotos pelo celular.
   Por fim, quando quase me a proximava do palanque, vi Lula e Dilma, subirem mais ainda e, me desesperei, comecei a esbarrar mesmo sem querer, quem estivesse à frente. Até porque uma senhora havia me pedido para entregar uma carta ao Lula, ao Lula mesmo não consegui, mas, entreguei-a ao Márcio Lacerda "dignissímo" prefeito da capital mineira, mas, infelizmente duvido que o mesmo tenha sequer lembrado de rapassar a carta ao Lula, vi-o colocá-la no bolso.
   Então, ficou apenas o saudoso Zé, na parte de baixo do palanque porque obviamente não conseguiria subir até a parte mais alta.
   Cheguei até ele, ele segurou a minha mão, ficou olhando para mim, e eu sem reação, meu olhos marejaram e eu consegui dizer:
"Zé eu só queria agradecer..."
"Agradecer por o quê meu filho?" após aparentes 15 segundos:
"Porque, eu consegui um emprego, eu, eu trabalho pra vocês"
"Aonde você trabalha?" E o povo começa a vaiar porque ele não solta minha mão.
"Na UFMG" E ele, pra terminar:
"Você não trabalha para a gente, você trabalha com a gente para o povo brasileiro"
Meus olhos se arregalam, as lágrimas se arrebentam, e eu, largando a mão dele respondo:
"Eu rezo pelo senhor, todos os dias!" Ele diz, de longe:
"Obrigado"
 E eu saio chorando.....

Por tudo isso, José Alencar vai ficar na minha memória, como o empresário que mudou o conceito de marketing político no Brasil, quiçá no mundo....