segunda-feira, 28 de março de 2011

O calendário aqui do lado e o dia de amanhã II

   A reportagem de capa da revista The Economist da semana passada, trazia a seguinte pergunta na sua manchete: "Como alimentar 9 bilhões de seres humanos?". Fez lembrar-me de minha postagem, que causou algumas críticas de leitores que alegaram que eu não possuia dados estatísticos para dissertar acerca de tão "complexo" assunto, portanto, não poderia provar o que dizia, que, infelizmente era a mesma coisa da referida reportagem acima.
  A primeira parte da matéria gira  em torno justamente do dito no meu post, hoje já falta comida, mas, eles se perguntam como vai estar a situação daqui a 40 anos, quando, caso a população terráquea continue crescendo como hoje, chegará a 9 bilhões. Preocupante...
   Mas, a primeira parte, que é o foco aqui, diz o que eu, por interveniência divina se quiserem, já sabia.
Faltará comida esse ano, e não, como disseram os críticos, não será somente por causa de dinheiro.  obviamente, dinheiro é essencial para compra de comida sim, mas, falta também, segundo a própria reportagem, e meus próprios conhecimentos por falta de investimento e espaço. O Brasil, que é de acordo com a reportagem o 2° maior produtor de soja do mundo, precisaria triplicar sua produção para alimentar sua população inteira. E não há investiento, como disse anteriormente....
  Em suma, esse post é somente para "atestar" o post anterior com os dados de uma revista internacionalmente conceituada....
  Espero ter, dessa vez pelo menos, causado um pouco mais de credibilidade na primeira vez que digo, como foi um dia

    Sei que, provavelmente, esse post não terá nem comentários, ou mesmo não será lido, mas, espero que dessa vez consiga mostrar que, os "fatos" infelizmente não estão aqui, mas alguém tem de trazês-los.

sábado, 19 de março de 2011

A universidade que temos, e a universidade que queremos

    Esse é o slogan do SindIFES, Sindicato das Instituições Federais de Ensino Superior de Belo Horizonte e região. Ontem, almoçei no bandeijão, após uma longa manhã  fazendo a matrícula de 10 calouros do curso de Comunicação Social, que só foram chamados por causa do ENEM, nunca antes na história do curso foram chamados tantos excedentes.
   Devido ao perfil dos calouros atendidos, e ao que observei no bandeijão pensei nesta máxima longamente ontem. É fato que os programas sociais do governo Lula junto às Universidades Federais melhorou-as fantasticamente, e isso é a universidade que queremos. Observei isto pelo perfil dos alunos atendidos ao fazer suas matrículas. Principalmente porque haviam alguns alunos da noite no atendimento, e esses são diferentes, são gente como a gente, literalmente. Percebe-se isso em 5 minutos de conversa.
  Mas, ao almoçar no bandeijão, ainda percebe-se que há muito o que se caminhar. O bandeijão é praticamente uma avenida Paulista da universidade, todos os credos se juntam ali, branco, negro, pobre e rico. E principalmente pobre e rico, a comida é barata, aluno não carente paga R$2,85, aluno carente, R$0,90 centavos. E isso atrai todos para ali, fazendo perceber-se mais claramente ainda, o vão que separa a universidade que queremos da que temos.
   Ao meu lado, sentou-se uma aluna carente, com sua caixa de isopor a tiracolo, nessa caixa não perguntei pois sabia o que havia ali, docinhos para vender. Ela depende daquilo para comer no bandeijão, todos os dias... A mãe, vive na cama, doente, o pai, nunca soube se  vive. Mas, ela é universitária, não perguntei de qual curso, e crê nisso para mudar sua vida. Pensei então numa prima minha, aprovada em 2° lugar no curso de farmácia nesse ano. Ganhou um carro por causa da aprovação, e uma viagem de um mês com o namorado, bancada pelos pais dos dois, para Orlando.
   Em suma, quanta diferença entre 2 alunas da mesma instituição. Isso me entristece, mas, pelo menos, penso no quanto é importante o meu trabalho no meio disso tudo. Pergunto-me o que mais posso fazer para ajudar a melhorar esse quadro cada vez mais, a integração entre os dois viés de alunos do meu curso, tende a melhorar, mas, o referido fosso ainda é perceptível, e é com ele que devemos acabar.
   E você leitor, o que tem feito nesse sentido?