sexta-feira, 22 de agosto de 2008

E quando Ele morrer?

Época de eleições e me lembrei que, a WBrasil, empresa de publicidade de Washington Olivetto e na qual tenho um amigo que já trabalhou, faz a publicidade das eleições gratuitamente para o TRE e, o mais interessante é que esse ano, os créditos da criação das propagandas não foram para a WBrasil, mas, para a empresa do filho do mago, que, peço desculpas mas não sei o nome.

Não estou aqui pra falar bem das propagandas em si, apesar de que a da mulher andando em círculos é ótima, mas, da integridade destas. Em tempos de publicidades politicamente incorretas com bundas, violência e sexo quase em 99% do tempo na TV, Washington demonstra uma integridade ímpar, tanto pela maneira como funcionam as propagandas, quanto pelo fato de não cobrar nada do TRE, pensando apenas na segurança da eleição e na conscientização do eleitor, e, além disso, ainda cedeu os direitos para a empresa recém-criada de seu filho.

O homem que revitalizou a publicidade no Brasil, quebrando as páginas amarelas da Veja com propagandas, além de mudar o conceito de publicidade no Brasil, mostra que eleição não é brincadeira de criança e que se você não tem consciência adulta, é melhor nem votar.
Até.

Aproveito pra dizer que, a partir da semana que vem, vou, pelo menos tentar, escrever diariamente aqui, é uma meta na melhora da minha capacidade descritiva.

Abraços a todos

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Um ano e um dia depois...

Ha exatos 366 dias atrás, saia de circulação das bancas brasileiras a Revista BIZZ, uma das maiores, senão a maior publicação sobre música e músicos de verdade deste país. Na época, como fã fiquei desapontado e, revoltei-me até pois não entendi direito o porquê de tal atitude por parte da editora. Hoje, mais maduro, compreendo e, explico aqui a você(s) leitor(es) o motivo disso, ou o quê eu penso que seja o motivo.

BIZZ era e, continuará sendo, pelo menos pelos próximos 10 anos, sinônimo de polêmica no mundo da música. Eles eram simples, falavam mal do que era ruim e, elogiavam os bons, e ser bom pra BIZZ era ser bom pro músico crítico brasileiro e, pro leitor eventual. Ocorre que, de uns 3 anos para a parada da publicação da revista, eles raramente elogiavam, chegaram até em várias edições a criticar o governo e a sua ridícula campanha cultural na era GIL que, em todo o mundo da música imaginava-se maravilhosa.

Essa queda no número de elogios e consequente aumento no número de críticas, que, realmente nos últimos meses da revista foram excessivos, foi a causa principal da parada de publicações. E, a questão que pretendo entender aqui é, porquê houve essa mudança.

No Editorial da última revista, disseram que a música esta(va) afundando num poço fundo e, sem volta. Na época, disse que não, pois eu via cantoras e bandas com propostas muito interessantes pipocarem aqui e ali, a BIZZ, talvez por uma brusca queda nas vendas também, disse que o que eu enxergava, não agüentaria o peso de carregar a música nas costas. Discordei porque eu tenho mania de acreditar nas pessoas.

Hoje, vejo que a situação é tensa, não há o que se elogiar na música, quando não estou ouvindo Beatles, ouço Kinks, de novo ouço RadioHead, que graças a falta de preparo vai se desfazer daqui a pouco, já que desde que lançaram o In Rainbows não sabem como divulgá-lo e por isso não fazem mais shows e estão sem dinheiro. Ouço também Amy Winehouse, mas, a música POP e boa de verdade, aposto com você(s) dura o mesmo tanto que essa menina, até o meio do ano que vem, se muito...

Aqui no Brasil a situação é pior ainda, há uma tentativa vergonhosa de se voltar a era de ouro da Tropicália, inclusive com Mutantes influenciando o trabalho de Coldplay, os ingleses tentaram fazer uma versão para Tecnicolor "homenageando" Arnaldo Baptista, não deu muito certo, infelizmente...
Fora isso, ainda aqui no Brasil bandas dos anos 70 e 80 tentam recuperar seu folêgo, mas, em meio às tchutchucas, danças do quadrado, e batidões sem sentido, não decolam.
Aparentemente, a música não encontra solução aqui nas terras verdes não, já que até Tom Zé já embarcou nessa do Batidão no carro com a história dos "Ouvidos Internos" que, creio eu, só ele tem.

Em resumo, eu estou desistindo, não é culpa minha se a minha geração quer ser lembrada como a geração em que a maior voz negra-branca da música mundial morreu por causa de excesso de drogas. Se eles querem ser lembrados pelo despertar dos "ouvidos internos" de um velho de 70 anos. Se eles não prestam mais atenção nas letras da músicas, é segundo a MTV 73% dos jovens brasileiros não sabem cantar nem a 1ª estrofe de suas músicas preferidas. E eu não vou mudar ou tentar mudar esses conceitos da cabecinha de vento da minha geração

O quê me deixa feliz é que ainda há algumas saaras, pessoas que são mal vistas pela sociedade comum e deturpada de hoje em dia, mas em seus guetos, eles ouvem seus Pink Floyds, lêem seus Vitor Hugos e pensam em maneiras, impossíveis, de mudar o mundo. Nessas saaras é que eu vou começar a embarcar, pelo menos o meu mundo vai ser melhor que o do resto da geração