Aniversários são, com toda certeza, uma data estranha, uma data para se lemrar....
Mas, porquê lembrar-se o dia todo?
Talvez porque seja alguém especial....
Mas, se é alguém especial, por quê sumiu?
Dirá, como só eu bem conheço, que tenho eu a culpa
Assumo, tavez tenha sim, a minha parcela de culpa....
Mas, mesmo assim, lembrei-me mais do que comumente.
Então, fica a pergunta, foi minha a culpa?
Reflite
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
Glee na Globo e o que nós temos a ver com isso Part I
A sacrossanta Rede Globo de Televisão, como ótima subsidiária, leia-se paga pau, da FOX no Brasil, começou a transmitir há algumas semanas a série Glee, nacionalmente aclamada nos Estados Unidos e, pelos telespectadores de outros países que possuem o grande privilégio da TV a cabo.
Tudo bem, obviamente, como é uma série de sucesso mundial, e muitos fãs no Brasil perderam a primeira temporada, a sub-dona do país, fez as honras de trazer a série, mesmo que dublada, ao país. Ótimo.
Não fosse por um ponto...
Na primeira temporada, a série era apenas um piloto, e por isto mesmo nem todas as idéias de Ryan Murphy, diretor e Midas dos fãs da série, poderiam ser devidamente utilizadas naquele momento.
Somente por isso será extremamente fácil à Globo transmitir a 1ª temporada.
Já a 2ª...
Glee é uma série que, brinda aos diversos, e só por isso já é estranho eu fazer um post sobre a série logo depois do post anterior.
É a Rede Globo de Televisão mais uma vez "tentando" ser inclusiva e, dizendo aos idiotas telespectadores brasileiros: "Olhem na nossa grade cabem da negra gorda ao cadeirante, passando pela loira burra e pelo fortão babaca e também burro." Sim, porque todos esses tipos existem em Glee. Ótima oportunidade da Globo mais uma vez lançar suas garrinhas sobre o povo brasileiro.Triste.
Minha dúvida reside essencialmente na 2ª temporada, pois nela ocorre algumas coisas no mínimo escabrosas para se passar na grade global, ainda mais aos sábados pela manhã. Só para citar o menor dos casos da 2ª temporada, nela ocorre o primeiro beijo gay da TV norte-americana, e por consequência, mundial. Não é necessariamente um beijo com todas as línguas e saliva necessárias, mas um selinho rápido entre dois homens assumidamente homossexuais, dentro e fora da série.
Duvido se na 2ª temporada eles não passam a série para após o Altas Horas, isso se não a cortarem da grade já que, segundo ouvi, a audiência tá mais baixa do que a da Xuxa.
Entretanto, ainda é bom para as minorias saberem que há, nem que seja minimamente, uma representação para as mesmas, no maior canal aberto do país.
Tudo bem, obviamente, como é uma série de sucesso mundial, e muitos fãs no Brasil perderam a primeira temporada, a sub-dona do país, fez as honras de trazer a série, mesmo que dublada, ao país. Ótimo.
Não fosse por um ponto...
Na primeira temporada, a série era apenas um piloto, e por isto mesmo nem todas as idéias de Ryan Murphy, diretor e Midas dos fãs da série, poderiam ser devidamente utilizadas naquele momento.
Somente por isso será extremamente fácil à Globo transmitir a 1ª temporada.
Já a 2ª...
Glee é uma série que, brinda aos diversos, e só por isso já é estranho eu fazer um post sobre a série logo depois do post anterior.
É a Rede Globo de Televisão mais uma vez "tentando" ser inclusiva e, dizendo aos idiotas telespectadores brasileiros: "Olhem na nossa grade cabem da negra gorda ao cadeirante, passando pela loira burra e pelo fortão babaca e também burro." Sim, porque todos esses tipos existem em Glee. Ótima oportunidade da Globo mais uma vez lançar suas garrinhas sobre o povo brasileiro.Triste.
Minha dúvida reside essencialmente na 2ª temporada, pois nela ocorre algumas coisas no mínimo escabrosas para se passar na grade global, ainda mais aos sábados pela manhã. Só para citar o menor dos casos da 2ª temporada, nela ocorre o primeiro beijo gay da TV norte-americana, e por consequência, mundial. Não é necessariamente um beijo com todas as línguas e saliva necessárias, mas um selinho rápido entre dois homens assumidamente homossexuais, dentro e fora da série.
Duvido se na 2ª temporada eles não passam a série para após o Altas Horas, isso se não a cortarem da grade já que, segundo ouvi, a audiência tá mais baixa do que a da Xuxa.
Entretanto, ainda é bom para as minorias saberem que há, nem que seja minimamente, uma representação para as mesmas, no maior canal aberto do país.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Simplória auto proclamação
O texto abaixo é de minha autoria, e foi publicado, na íntegra felizmente, mês passado no Boletim, extremamente institucional, da Universidade em que trabalho.
Me deixou extremamente orgulhoso, me deu esperanças, e, em suma, foi um simplório debafo.
Segue a cópia:
Sou alguém que, quando anda pelo campus, tem de prestar extrema atenção para não tropeçar em calçadas com paralelepípedos altos e que, quando desce escadas campus afora, fica desesperado pela falta de corrimãos. Além de tudo, ouvi, certa vez, da então chefia imediata, que, sou “servidor cotista” e que a Instituição não está preparada para lidar com pessoas como eu. Analisando além da questão sexual das minorias e chegando às minorias em geral, e especificamente àquela em que me incluo, percebe-se claramente que a Universidade, por mais estranho que pareça, está anos-luz distante do que poderíamos chamar de “perfeição europeia” na acessibilidade a deficientes físicos.
E isso, no tocante a uma coisa que é aceita pela sociedade brasileira e mundial. Imaginem então quanto falta à universidade para alcançar alguma coisa próxima à perfeição europeia em atendimento a deficientes no que diz respeito à homoafetividade, que, em diversos lugares do mundo, ainda é vista como “sem-vergonhice”, “falta de pancada” e mesmo crime (Uganda discute a criminalização, não da homofobia como nós aqui, mas da homoafetividade).
É triste – e não é a primeira vez –, mas infelizmente a comunidade externa, por mais absurdo que possa parecer, está “pensando” mais uma vez muito mais rapidamente que a “Academia”. Isto é um grande paradoxo, afinal de contas não é a dita “comunidade externa” que deve incutir comportamentos na Universidade, mas o contrário.
Enquanto não formos capazes de lidar internamente com uma questão tão básica quanto a diversidade, não poderemos nos julgar tão dignos de transmitir conhecimento, pensamento ou qualquer outra forma de saber que geramos dentro do nosso lindo mundinho florido chamado Universidade.
É hora de pensarmos em políticas inclusivas muito além dos padrões. Muito além de cotas no concurso vestibular, a ideia de “além dos padrões” deve se estender ao exterior, ao campus como um todo, aos corpos docente, discente e técnico-administrativo, e se tornar não uma coisa “diferenciada”, mas normal. Um centro de excelência em ensino, pesquisa e extensão precisa se lembrar constantemente que também deve ser um lugar de diversos. Muito além de credos, cores, sexos ou mobilidades distintos.
Mas para ser um lugar de diversos, temos de ter um terreno adequado em todos os níveis – social, físico e também psicológico. É um exercício diário. Que muitos membros da comunidade brasileira e da universitária, que é um reflexo da primeira, infelizmente, esquecem – ou, na pior das hipóteses, não querem praticar.
*Continha-se o meu nome original ali, extraído por motivos óbvios...
Me deixou extremamente orgulhoso, me deu esperanças, e, em suma, foi um simplório debafo.
Segue a cópia:
A UNI(DI)VERSIDADE é possível?
*O Mensageiro
Há algumas semanas, o Supremo Tribunal Federal (STF), mais uma vez intervindo em questões teoricamente básicas à manutenção da República brasileira, constitucionalizou por unanimidade a união civil entre indivíduos do mesmo sexo. Sem dúvida, um ato que provocará grandes mudanças na sociedade brasileira e, naturalmente, na comunidade universitária, que nada mais é que um reflexo da sociedade civil, mesmo que muito raso.
Como deficiente físico e parte de uma minoria também constantemente escondida pela sociedade, me peguei pensando em como a Universidade irá encarar essa e outras mudanças. Pois, obviamente, virão outras após. Estaria a Universidade preparada para a diversidade que ela deveria, pelo menos no papel, abarcar? Sendo um reflexo, em teoria, mais “instruído” da sociedade civil brasileira, deveria abarcar a referida diversidade o mais imediatamente possível. Mas, infelizmente, assim como na sociedade brasileira dita “comum”, a Universidade ainda demorará bastante até conseguir aceitar de maneira unânime essas minorias.Sou alguém que, quando anda pelo campus, tem de prestar extrema atenção para não tropeçar em calçadas com paralelepípedos altos e que, quando desce escadas campus afora, fica desesperado pela falta de corrimãos. Além de tudo, ouvi, certa vez, da então chefia imediata, que, sou “servidor cotista” e que a Instituição não está preparada para lidar com pessoas como eu. Analisando além da questão sexual das minorias e chegando às minorias em geral, e especificamente àquela em que me incluo, percebe-se claramente que a Universidade, por mais estranho que pareça, está anos-luz distante do que poderíamos chamar de “perfeição europeia” na acessibilidade a deficientes físicos.
E isso, no tocante a uma coisa que é aceita pela sociedade brasileira e mundial. Imaginem então quanto falta à universidade para alcançar alguma coisa próxima à perfeição europeia em atendimento a deficientes no que diz respeito à homoafetividade, que, em diversos lugares do mundo, ainda é vista como “sem-vergonhice”, “falta de pancada” e mesmo crime (Uganda discute a criminalização, não da homofobia como nós aqui, mas da homoafetividade).
Para ser um lugar de diversos, temos de ter um terreno adequado em todos os níveis – social, físico e também psicológico. É um exercício diário. Que muitos membros da comunidade brasileira e da universitária, infelizmente, esquecem – ou, na pior das hipóteses, não querem praticar
Atos homofóbicos como o ocorrido na recente calourada da Faculdade de Letras e a já esquecida agressão a um aluno da Escola de Belas-Artes em 2009 por um colega dele, e mesmo alguns ditos “pacíficos” trotes que sempre ocorrem a olhos vistos, inclusive pela comunidade externa, demonstram novamente o quanto a academia, centro do conhecimento e do saber, está longe de atingir a sua sonhada, ou não, diversidade. Ao mesmo tempo, vale a pena dizer aqui que a comunidade discente, pelo menos de forma aparente, demonstra bastante interesse em diversificar de maneira radical a Universidade, e isso é bom. Mas é preciso questionar se mais uma vez não estaríamos retroagindo, tendo em vista que, enquanto pensamos no que fazer com a diversidade dentro da Universidade, a sociedade brasileira e mundial continua andando a passos bem largos. Quando os discentes de hoje tornarem-se docentes, talvez essa discussão já seja parte de um passado negro que preferimos não lembrar.É triste – e não é a primeira vez –, mas infelizmente a comunidade externa, por mais absurdo que possa parecer, está “pensando” mais uma vez muito mais rapidamente que a “Academia”. Isto é um grande paradoxo, afinal de contas não é a dita “comunidade externa” que deve incutir comportamentos na Universidade, mas o contrário.
Enquanto não formos capazes de lidar internamente com uma questão tão básica quanto a diversidade, não poderemos nos julgar tão dignos de transmitir conhecimento, pensamento ou qualquer outra forma de saber que geramos dentro do nosso lindo mundinho florido chamado Universidade.
É hora de pensarmos em políticas inclusivas muito além dos padrões. Muito além de cotas no concurso vestibular, a ideia de “além dos padrões” deve se estender ao exterior, ao campus como um todo, aos corpos docente, discente e técnico-administrativo, e se tornar não uma coisa “diferenciada”, mas normal. Um centro de excelência em ensino, pesquisa e extensão precisa se lembrar constantemente que também deve ser um lugar de diversos. Muito além de credos, cores, sexos ou mobilidades distintos.
Mas para ser um lugar de diversos, temos de ter um terreno adequado em todos os níveis – social, físico e também psicológico. É um exercício diário. Que muitos membros da comunidade brasileira e da universitária, que é um reflexo da primeira, infelizmente, esquecem – ou, na pior das hipóteses, não querem praticar.
*Continha-se o meu nome original ali, extraído por motivos óbvios...
sexta-feira, 29 de abril de 2011
585 - Aquecimento global, explicações...
Para algumas pessoas entenderem que, eu não levo o mundo tão a sério....:
585 - Aquecimento global, explicações...
585 - Aquecimento global, explicações...
quinta-feira, 21 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Realengo
re.a.len.go
adj (real2+engo) 1 Real, régio. 2 Digno de rei. 3 Reg (Rio Grande do Sul) Sem dono; público, teatino. Ao realengo, Reg (Nordeste): abandonado; em desordem; às moscas.*
Em sua criação, o bairro do Realengo na zona Oeste do Rio de Janeiro, foi batizado com esse nome exatamente pela distância da área central da cidade, e consequentemente, do Poder. Era um bairro cujo governo cedia a negros recém alforriados e a quem quisesse cultivar alimentos e gado em geral.
Literalmente como em seu terceiro significado, gíria nordestina e do Rio Grande do Sul, era um lugar abandonado pelo poder público.
Parece, após o dia de ontem que, após 202 anos, continua assim. Um lugar de excluídos, inclusive "brasileirinhos" excluídos. O poder público continua "nem aí" para a região às margens....
Esse foi o motivo de tamanha barbárie, o descaso do poder público com quem vive à margem.
Se o descaso não fosse tão grande, o ex aluno teria conseguido um bom emprego e, talvez jamais voltasse à escola, onde massacrou milhares de famílias para todo o sempre. Soluções? São simples....
Mas, o resultado imediato é mais importante, ele me garantirá votos nas eleições municipais do ano que vem. Educação? Ná, se eu fizer isso hoje, quando o meu trabalho gerar frutos já será outro que estará no meu lugar e colherá os louros pelo MEU trabalho, enquanto eu serei lembrado como O CARA que não fez nada.
Damos pão e circo então, que é mais barato, e gera votos, muitos votos.
*Retirado do dicionário digital UOL Michaelis
adj (real2+engo) 1 Real, régio. 2 Digno de rei. 3 Reg (Rio Grande do Sul) Sem dono; público, teatino. Ao realengo, Reg (Nordeste): abandonado; em desordem; às moscas.*
Em sua criação, o bairro do Realengo na zona Oeste do Rio de Janeiro, foi batizado com esse nome exatamente pela distância da área central da cidade, e consequentemente, do Poder. Era um bairro cujo governo cedia a negros recém alforriados e a quem quisesse cultivar alimentos e gado em geral.
Literalmente como em seu terceiro significado, gíria nordestina e do Rio Grande do Sul, era um lugar abandonado pelo poder público.
Parece, após o dia de ontem que, após 202 anos, continua assim. Um lugar de excluídos, inclusive "brasileirinhos" excluídos. O poder público continua "nem aí" para a região às margens....
Esse foi o motivo de tamanha barbárie, o descaso do poder público com quem vive à margem.
Se o descaso não fosse tão grande, o ex aluno teria conseguido um bom emprego e, talvez jamais voltasse à escola, onde massacrou milhares de famílias para todo o sempre. Soluções? São simples....
Mas, o resultado imediato é mais importante, ele me garantirá votos nas eleições municipais do ano que vem. Educação? Ná, se eu fizer isso hoje, quando o meu trabalho gerar frutos já será outro que estará no meu lugar e colherá os louros pelo MEU trabalho, enquanto eu serei lembrado como O CARA que não fez nada.
Damos pão e circo então, que é mais barato, e gera votos, muitos votos.
*Retirado do dicionário digital UOL Michaelis
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Perdas, de verdade...
Essa semana sofri duas duras perdas, a primeira, mais pessoal, foi do meu chefe imediato, o jamais Doutor, mas sempre professor de jornalismo, Elton Antunes, com sua emblemática frase: "Doutor é quem atende no SUS", cativa o mais sisudo dos TAE's e, mesmo outros docentes, desses menos pombados. Alguém que não mede esforços pelo bem comum da universidade, gostava de dizer: "Não culpe a faculdade por um problema da universidade" ou vice versa. Assim que assumiu como coordenador de curso não solicitou redução de encargos e nem parou de orientar pesquisas.
Asustava-me a velocidade com que capta as mensagens seja para coisas práticas como complexas. Era homem de poucas palavras, entretanto, serviu como guia para mim, quando percebi que ele sabe o que faz, jamais pisa em ovos. Comunicador de 1ª, doutor em Comunicação Social, não possui celular, alega que estudou comunicação a vida inteira, para concluir que estar incomunicável quando possível, e se possível, é a melhor coisa.
Ao tomar cuidado, com sua sutileza na utilização das palavras e da própria voz, alertava-me, de quando em vez, dos riscos impertinentes que vira e mexe, assumo publicamente aqui, gosto de correr.
Por tudo isso, e outras coisas de simplicidade ímpar, Elton Antunes vai deixar saudades no Colegiado do curso e, principalmente na minha pessoa.
*************
A outra grande perda da semana não é somente minha, mas, de todo o Brasil e, principalmente de Minas Gerais. As bandeiras de todas as repartições públicas, de todas as esferas e de todos os poderes aqui da capital de Minas, estão a meio mastro, tanto porque a presidenta decretou luto oficial de 7 dias, honraria concedida somente a Chefes de estado quando falecem, e o nosso mineirinho aqui citado, nunca foi, e nem gostaria de ter sido.
José Alencar Gomes da Silva, mineiro de Muriaé, saiu de sua cidade aos 17 anos para trabalhar, e nunca mais voltou. Pediu a seu pai para emancipá-lo aos 18, na época a maioridade brasileira era concedida aos 21, e, pediu o equivalente hoje a 18.000 reais emprestados ao irmão mais velho e montou uma loja em uma cidade distante um pouco, o nome da loja? "A Queimadeira" primeira do conglomerado de lojas da COTEMINAS maior conglomerado de indústria têxtil do país. Nunca deixou de contratar e remunerar, em dia, seus funcionários. Constantemente reclamando da abusiva taxa de juros paga pelos brasileiros, entrou na política ao se tornar presidente da Junta industrial de Minas Gerais e dela não mais saiu.
Foi senador duas vezes pelo estado das Minas Gerais e, candidatou-se ao governo do estado na malfadada eleição do mensaleiro Eduardo Azeredo.
Em 2000, numa festa de comemoração pelos 50 anos de vida empresarial no Palácio das Artes em Belo Horizonte, convidou os presidentes de todos os partidos, direita, centro e esquerda, qual não foi sua surpresa ao constatar que o então presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, estava ali?
Após o jantar, o mesmo Lula solicitou uma conversa particular com o Zé, o nosso Zé, e então formou-se ali a alinça que a partir de 2002 até 2010 modificaria a vida de todos os brasileiros, direta ou indiretamente.
Durante 17 anos José Alencar lutou contra um cancêr no intestino que infelizmente o levou embora a terras distantes no último dia 29 de março. Lutou incansavelmente, o que fe-lô tornar-se modelo de luta para milhares de pessoas.
Para mim particularmente o José foi exemplo, de empresário principalmente, político e, indivíduo perseverante como só ele foi. Conto-lhes abaixo, um caso em particular, que vai me deixar saudades sempre, e me fazer lembrar do quanto este homem é sábio e mereceu chegar aonde chegou e, mais ainda, aonde está hoje.
Durante a campanha presidencial de 2010, mais especificamente no dia 16 de outubro deste ano, um sábado, voltava eu para casa após a aula de italiano quando vejo um furdunço pela principal avenida da cidade, a Afonso Pena, milhares de carros, fazendo buzinaço e com bandeiras de "Dilma Presidente" tento passar pela praça 7, caminho mais próximo para chegar em casa, mas, a situação na mesma estava impraticável, milhares de pessoas com bandeiras, camisas e ventarolas, alguns gritando: "Vote na 1ª mulher presidente mineira, não vote em paulista!!!"
Decidi tentar, pelo menos, chegar até o palanque. Foi uma situação no mínimo complicada, milhares de pessoas me expremendo, gritando: "Lula!" "Dilma!" e, eu c m a o entre elas, e, a cada parada
a b le n
a d
julgada estratégica, tirava fotos pelo celular.
Por fim, quando quase me a proximava do palanque, vi Lula e Dilma, subirem mais ainda e, me desesperei, comecei a esbarrar mesmo sem querer, quem estivesse à frente. Até porque uma senhora havia me pedido para entregar uma carta ao Lula, ao Lula mesmo não consegui, mas, entreguei-a ao Márcio Lacerda "dignissímo" prefeito da capital mineira, mas, infelizmente duvido que o mesmo tenha sequer lembrado de rapassar a carta ao Lula, vi-o colocá-la no bolso.
Então, ficou apenas o saudoso Zé, na parte de baixo do palanque porque obviamente não conseguiria subir até a parte mais alta.
Cheguei até ele, ele segurou a minha mão, ficou olhando para mim, e eu sem reação, meu olhos marejaram e eu consegui dizer:
"Zé eu só queria agradecer..."
"Agradecer por o quê meu filho?" após aparentes 15 segundos:
"Porque, eu consegui um emprego, eu, eu trabalho pra vocês"
"Aonde você trabalha?" E o povo começa a vaiar porque ele não solta minha mão.
"Na UFMG" E ele, pra terminar:
"Você não trabalha para a gente, você trabalha com a gente para o povo brasileiro"
Meus olhos se arregalam, as lágrimas se arrebentam, e eu, largando a mão dele respondo:
"Eu rezo pelo senhor, todos os dias!" Ele diz, de longe:
"Obrigado"
E eu saio chorando.....
Por tudo isso, José Alencar vai ficar na minha memória, como o empresário que mudou o conceito de marketing político no Brasil, quiçá no mundo....
Asustava-me a velocidade com que capta as mensagens seja para coisas práticas como complexas. Era homem de poucas palavras, entretanto, serviu como guia para mim, quando percebi que ele sabe o que faz, jamais pisa em ovos. Comunicador de 1ª, doutor em Comunicação Social, não possui celular, alega que estudou comunicação a vida inteira, para concluir que estar incomunicável quando possível, e se possível, é a melhor coisa.
Ao tomar cuidado, com sua sutileza na utilização das palavras e da própria voz, alertava-me, de quando em vez, dos riscos impertinentes que vira e mexe, assumo publicamente aqui, gosto de correr.
Por tudo isso, e outras coisas de simplicidade ímpar, Elton Antunes vai deixar saudades no Colegiado do curso e, principalmente na minha pessoa.
*************
A outra grande perda da semana não é somente minha, mas, de todo o Brasil e, principalmente de Minas Gerais. As bandeiras de todas as repartições públicas, de todas as esferas e de todos os poderes aqui da capital de Minas, estão a meio mastro, tanto porque a presidenta decretou luto oficial de 7 dias, honraria concedida somente a Chefes de estado quando falecem, e o nosso mineirinho aqui citado, nunca foi, e nem gostaria de ter sido.
José Alencar Gomes da Silva, mineiro de Muriaé, saiu de sua cidade aos 17 anos para trabalhar, e nunca mais voltou. Pediu a seu pai para emancipá-lo aos 18, na época a maioridade brasileira era concedida aos 21, e, pediu o equivalente hoje a 18.000 reais emprestados ao irmão mais velho e montou uma loja em uma cidade distante um pouco, o nome da loja? "A Queimadeira" primeira do conglomerado de lojas da COTEMINAS maior conglomerado de indústria têxtil do país. Nunca deixou de contratar e remunerar, em dia, seus funcionários. Constantemente reclamando da abusiva taxa de juros paga pelos brasileiros, entrou na política ao se tornar presidente da Junta industrial de Minas Gerais e dela não mais saiu.
Foi senador duas vezes pelo estado das Minas Gerais e, candidatou-se ao governo do estado na malfadada eleição do mensaleiro Eduardo Azeredo.
Em 2000, numa festa de comemoração pelos 50 anos de vida empresarial no Palácio das Artes em Belo Horizonte, convidou os presidentes de todos os partidos, direita, centro e esquerda, qual não foi sua surpresa ao constatar que o então presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, estava ali?
Após o jantar, o mesmo Lula solicitou uma conversa particular com o Zé, o nosso Zé, e então formou-se ali a alinça que a partir de 2002 até 2010 modificaria a vida de todos os brasileiros, direta ou indiretamente.
Durante 17 anos José Alencar lutou contra um cancêr no intestino que infelizmente o levou embora a terras distantes no último dia 29 de março. Lutou incansavelmente, o que fe-lô tornar-se modelo de luta para milhares de pessoas.
Para mim particularmente o José foi exemplo, de empresário principalmente, político e, indivíduo perseverante como só ele foi. Conto-lhes abaixo, um caso em particular, que vai me deixar saudades sempre, e me fazer lembrar do quanto este homem é sábio e mereceu chegar aonde chegou e, mais ainda, aonde está hoje.
Durante a campanha presidencial de 2010, mais especificamente no dia 16 de outubro deste ano, um sábado, voltava eu para casa após a aula de italiano quando vejo um furdunço pela principal avenida da cidade, a Afonso Pena, milhares de carros, fazendo buzinaço e com bandeiras de "Dilma Presidente" tento passar pela praça 7, caminho mais próximo para chegar em casa, mas, a situação na mesma estava impraticável, milhares de pessoas com bandeiras, camisas e ventarolas, alguns gritando: "Vote na 1ª mulher presidente mineira, não vote em paulista!!!"
Decidi tentar, pelo menos, chegar até o palanque. Foi uma situação no mínimo complicada, milhares de pessoas me expremendo, gritando: "Lula!" "Dilma!" e, eu c m a o entre elas, e, a cada parada
a b le n
a d
julgada estratégica, tirava fotos pelo celular.
Por fim, quando quase me a proximava do palanque, vi Lula e Dilma, subirem mais ainda e, me desesperei, comecei a esbarrar mesmo sem querer, quem estivesse à frente. Até porque uma senhora havia me pedido para entregar uma carta ao Lula, ao Lula mesmo não consegui, mas, entreguei-a ao Márcio Lacerda "dignissímo" prefeito da capital mineira, mas, infelizmente duvido que o mesmo tenha sequer lembrado de rapassar a carta ao Lula, vi-o colocá-la no bolso.
Então, ficou apenas o saudoso Zé, na parte de baixo do palanque porque obviamente não conseguiria subir até a parte mais alta.
Cheguei até ele, ele segurou a minha mão, ficou olhando para mim, e eu sem reação, meu olhos marejaram e eu consegui dizer:
"Zé eu só queria agradecer..."
"Agradecer por o quê meu filho?" após aparentes 15 segundos:
"Porque, eu consegui um emprego, eu, eu trabalho pra vocês"
"Aonde você trabalha?" E o povo começa a vaiar porque ele não solta minha mão.
"Na UFMG" E ele, pra terminar:
"Você não trabalha para a gente, você trabalha com a gente para o povo brasileiro"
Meus olhos se arregalam, as lágrimas se arrebentam, e eu, largando a mão dele respondo:
"Eu rezo pelo senhor, todos os dias!" Ele diz, de longe:
"Obrigado"
E eu saio chorando.....
Por tudo isso, José Alencar vai ficar na minha memória, como o empresário que mudou o conceito de marketing político no Brasil, quiçá no mundo....
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